segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Cântico XI...Cecília Meireles

Vê formaram se sobre todas as águas
Todas as nuvens.
Os ventos virão de todos os nortes.
Os dilúvios cairão sobre os mundos.
Tu não morrerás.
Não há nuvens que te escureçam.
Não há ventos que te desfaçam.
Não há águas que te afoguem.
Tu és a própria nuvem.
O próprio vento.
A própria chuva sem fim...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Vida e poesia...Vinicius de Moraes

A lua projetava o seu perfil azul
Sobre os velhos arabescos das flores calmas
A pequena varanda era como o ninho futuro
E as ramadas escorriam gotas que não havia.

Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
– Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
Só os perfumes teciam a renda da tristeza
Porque as corolas eram alegres como frutos
E uma inocente pintura brotava do desenho das cores

Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinacão estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
De que me tivesses possuído antes do amor.

Rio de Janeiro, 1938

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quero...Drummond

Quero que todos os dias do ano todos os dias da vida de meia em meia hora de 5 em 5 minutos me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo creio, no momento, que sou amado. No momento anterior e no seguinte, como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão que me amas que me amas que me amas. Do contrário evapora-se a amação pois no dizer: Eu te amo, desmentes apagas teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado. Não exijo senão isto, isto sempre, isto cada vez mais. Quero ser amado por e em tua palavra nem sei de outra maneira a não ser esta de reconhecer o dom amoroso, a perfeita maneira de saber-se amado: amor na raiz da palavra e na sua emissão, amor feito com vibração espacial.
No momento em que não me dizes: Eu te amo, inexoravelmente sei que deixaste de amar-me, que nunca me amaste antes.
Se não me disseres urgente repetido Eu te amoamoamoamoamo, verdade fulminante que acabas de desentranhar, eu me precipito no caos, essa coleção de objetos de não-amor.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Perguntas de um operário que lê...Bertold Brecht

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilònia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu?
Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros?
A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo.
Quem os ergueu?
Sobre quem
Triunfaram os Césares?
A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes?
Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sòzinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou
Filipe de Espanha
Chorou.
E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Discurso sobre O Ser Divino

É indubitável a existência do Ser Divino, o conhecimento substancial de nossas vidas não é saber se o Ser Divino existe, porque isto é fato, porém saber qual o propósito dele ter criado a física.

Existimos com um propósito, isto é inerente a tudo que de fato é.

O Ser Divino se revela a nós independentemente de religião, visto que isto é produto de concepção humana.

I coríntios 2/4 á 10

A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder,

para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.


Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada;

mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória;

sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória;

mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A dança...Pablo Neruda

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Biografia de Pablo Neruda

sábado, 18 de outubro de 2008

Guernica...Picasso

Click na imagem para sua ampliação
Guernica é um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Atualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Compêndio...Augusto M.

Pelos eternos momentos de meditação me deparei com um questionamento, qual palavra seria o compêndio de toda minha filosofia da vida; o que logo me veio foi a idéia de liberdade, e é exatamente isso que constitui o que de fato é ser.
As suas maiores expressões são o amor e o conhecimento, a idéia e a manifestação destas dispõe o Ser, concebem o plano metafísico.
Discorrer sobre a liberdade e consequentemente sobre o amor e o conhecimento merecem um maior tempo, motivo para cessar por enquanto esse discurso.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Lua Cheia... Chico Buarque e Toquinho

Ninguém vai chegar do mar
Nem vai me levar daqui
Nem vai calar minha viola que desconsola,
Chora notas pra ninguém ouvir
Minha voz ficou na espreita, na espera,
Quisera abrir meu peito, cantar feliz
Preparei para você uma lua cheia
E você não veio, e você não quis
Meu violão ficou tão triste, pudera,
Quem dera abrir janelas, fazer serão
Mas você me navegou mares tão diversos
E eu fiquei sem versos, e eu fiquei em vão

Todo o Sentimento...Chico Buarque e C. Bastos

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

domingo, 5 de outubro de 2008

A VIDA É UMA VITRINA...Graciette Salmon

A Vida é uma vitrina de tecidos.
A gente, por instantes,
fica de olhos perdidos
na beleza das telas deslumbrantes.
Depois, entra na loja e vai comprar.
Caixeirinha gentil, a Ilusão
vem vender ao balcão
e não se cansa de mostrar,
não se cansa
de exibir delicados,
rendilhados,
leves panos de Sonho e de Esperança.
As mãos tocam de levena leveza das telas.
Não vá o gesto, por mais breve,
esgarçar uma delas!
Todas tão lindas! Mas a que fascina
não está ali na grande confusão
das peças espalhadas no balcão.
E a gente diz,
num ar feliz:
"Levo daquela rósea, muito fina,
exposta na vitrina."
Logo o Destino vem (da loja é o dono)
e fala sobranceiro, com entono:
"É artigo raro.
Marca, padrão e cor: - Felicidade.
É um artigo de alta qualidade
o mais caro
de todos os tecidos.
São cortes especiais...e estão vendidos!"
E a gente vai comprar do áspero pano
que se encontra na seção do Desengano.

Soneto da Hora Final...Vinícius de Moraes



Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente,
O beijo leve de uma aragem fria.
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos, tontos de poesia
Para a porta de trevas, aberta em frente.
Ao transpor as fronteiras do segredo
Eu, calmo, te direi: - Não tenhas medo
E tu, tranqüila, me dirás: - Sê forte.
E como dois antigos namorados
Noturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

AOS HIPÓCRITAS...Jorge Filó

Jorge Filó(1969 Recife/Pernambuco)

AOS HIPÓCRITAS

Eu vou jogar uma pedra
Na vidraça do teu riso
Pra te deixar indeciso
E pra te fazer chorar.
Não suporto o teu cinismo
E esse teu riso forçado
Eu quero ver sepultado
Na cova do teu azar.

Eu vou te infernizar
Bagunçar tua estrutura
Rasgar a tua figura
O teu espaço invadir.
Consumir tua energia
Elevar tua pressão
Deixar-te na solidão
Só pra não te ver sorrir.

Vou em teu prato cuspir
Destruir teus ideais
Jogar-te pra os canibais
Só pra não te ver feliz.
Quero roubar teu sossego
Todo instante toda hora
Tua paz vou jogar fora.
E ainda pedir bis.

Eu vou ser o teu juiz
Descobrir o teu segredo
Pra saber qual o teu medo
E eliminar teu poder.
Quero sugar o teu sangue
Alimentar-te o pavor
Pra mostrar que a tua dor
É o que me dá prazer.

domingo, 28 de setembro de 2008

O Mais é Nada...Fernando Pessoa


Sonhe com as estrelas,
apenas sonhe,
elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento,
ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar,
sabe-se lá onde.
As lágrimas?
Não as seque,
elas precisam correr na minha,
na sua, em todas as faces.
O sorriso!
Esse, você deve segurar,
não o deixe ir embora, agarre-o!
Persiga um sonho,
mas, não o deixe viver sozinho.
Alimente a sua alma com amor,
cure as suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias,
deixe-se levar pelas vontades,
mas, não enlouqueça por elas.
Abasteça seu coração de fé,
não a perca nunca.
Alague seu coração de esperanças,
mas, nãodeixe que elesse afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala
O mais é nada.

Fernando Pessoa


Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.
Viver é não conseguir.

Charlie Chaplin

Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; Alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível:
- A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida. Mesmo que isso seja muito pouco para as suas necessidades.
Preciso de um amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo:
"Nós ainda vamos rir muito disso tudo" e ria muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca, empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela..

SONETO LXX...William Shakespeare

Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vida...Jeovânia P.

_Vida

Dedicado ao meu avô, senhor Otávio Correia Oliveira,
de Jeovânia P.

Quem parte
Nem sente
Os mimos
De quem acabou de chegar
E abraçar
Um mundo de cores
Já não mais vistas
Por olhos cansados,
Doentes.

Quem chega?
Chega inocente,
Com a aprender,
Perceber, sonhar...

Quem parte?
No mínimo
Deve ter medo
Do inominável,
Do silêncio profundo
Gritando na solidão
Dos cegos,
Dos enfermos,
Pois, são noivos da morte.

sábado, 9 de agosto de 2008

Música para ouvir e baixar

Para ouvir...

Rádio uol: [Índice]

B.B.King
Bach
Blues
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Para baixar...

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Richard Feynman-Biografia



Nasceu em Nova York e cresceu em Far Rockaway. Desde criança que já demonstrava a sua facilidade com as ciências e com a matemática. Formou-se em Física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que, graças a John Slater, Julius Stratton e Philip Morse, além de outros professores, era um curso muito conceituado.
Ainda durante o seu curso de graduação, em colaboração com Vallarta, Richard Feynman publica um artigo sobre os raios cósmicos. Outro artigo foi publicado ainda naquele ano, assinado por Feynman somente, sobre as forças moleculares. Juntamente com os seus trabalhos na área de física teórica, Feynman foi um pioneiro na área da computação quântica e introduziu o conceito de nanotecnologia.
No dia 28 de Dezembro de 1959 o físico Richard Feynman deu uma conferência no encontro anual da Sociedade Americana de Física sobre o controlo e manipulação da matéria à escala atómica. Feynman defendeu que não existia nenhum obstáculo teórico à construção de pequenos dispositivos compostos por elementos muito pequenos, no limite compostos átomo a átomo, nem mesmo o princípio da incerteza de
Heisenberg.
Realizou a sua pós-graduação Feynman em Princeton, sede do Instituto de Estudos Avançados, do qual participa
Albert Einstein. Lá, fica sob a supervisão de Wheeler, com o qual cria uma teoria de electrodinâmica clássica equivalente às equações de Maxwell.

Torna-se professor da Universidade de Cornell e em seguida do Caltech (Califórnia, USA). Nos anos 60, Feynman deu as suas famosas "Feynman Lectures on Physics" e recebeu o
Prémio Nobel da Física de 1965.

A maior contribuição de Feynman à Física foi o desenvolvimento da electrodinâmica quântica, a qual foi desenvolvida paralelamente por Julian Schwinger e Sin-Itiro Tomonaga. Na década de 50, Feynman trabalha na teoria das interações fracas, e nos anos 60, ele trabalhou na teoria das interações fortes. Também trabalhou na superfluidez do hélio líquido.
Livros:
"O senhor está brincando, Sr. Feynman!"; Richard P. Feynman; tradução do original em inglês, "Surely You're Joking, Mr. Feynman!", publicado no Brasil pela Editora Elsevier; Rio de Janeiro; 2006.
"O Arco-iris de Feynman"; Leonard Mlodinow, publicado no Brasil pela Editora Sextante; 2005
"Física em 12 Lições : Fáceis e Não tão Fáceis"; Richard P. Feynman.
"O que é uma lei física?", Gradiva.
"Uma tarde com o senhor Feynman", Gradiva.
"O prazer da descoberta", Gradiva.
"O Significado de Tudo", Gradiva.
"QED", Gradiva.
"Nem sempre a brincar, Sr. Feynman", Gradiva.
"Deve estar a brincar, Sr. Feynman!", Gradiva.

domingo, 20 de julho de 2008

A missão...Fruto Sagrado


Ele mora na cidade maravilhosa,


O maravilhoso lar da ilusão,


Onde os canibais da selva de pedra


Passeiam por aí de AR15 na mão!


Ele cresceu no meio da incoerência,


A desigualdade, a falta de providência,


A insanidade urbana, os desencantos mil

Na violenta Babilônia do meu Brasil:

O Rio de Janeiro!

Ele poderia ter ficado imparcial,

Passivo a tudo e tentar ser normal,

Mas algo o atingiu de forma impactante...

E não era bala perdida de PM ou de traficante!

Era a missão celestial

Alucinante, irradiante, transcendental;

A família, os amigos, pouca gente entendeu...

“_O André enlouqueceu de vez? O que aconteceu?”

André sobe o morro!

Sobe porque sabe que tem uma missão.

André sobe o morro!

Sobe o Dona Marta com muita determinação!

André sobe o morro!

Sobe porque sabe a resposta pro Rio de Janeiro!

Rio de Janeiro muda a direção!

O Redentor está de braços abertos te esperando.

Rio de Janeiro muda a direção!

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro!

Ele não conseguiu ficar trancado no quarto,

Ele não conseguiu fingir-se de avestruz!

Lá fora a desgraça atravessando a rua

A infelicidade dominando nua e crua!

Crianças são comidas por seus vermes intestinais,

Vermes manipuladores de injustiças sociais;

Homens se matando como ratos enclausurados

Num Rio de Janeiro que desaba aos pedaços!

O Rio de Janeiro!

André sabe que a resposta é só Jesus

No coração das favelas e dos barracos,

No coração dos castelos e dos palácios,

No coração de cada cidadão,

No coração do Rio de Janeiro,

No coração do meu Brasil!

Visite o site da banda em: http://www.frutosagrado.org/

segunda-feira, 30 de junho de 2008

A morte...Cruz e Sousa

Oh! Que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem...
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!

Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem...
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.

Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Como os velhos corações tantalizados.

Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando.

Arte e cultura...Rogel Samuel



A literatura faz parte do produto geral do trabalho humano, isto é, da cultura. A cultura de um povo são suas realizações, em diversos sentidos, como as ciências e as artes. É um conjunto socialmente herdado, que de certo modo determina a vida dos indivíduos.

Para compreender a literatura (e a arte em geral) do ponto de vista cultural, há de fazer-se certas distinções e algumas observações.

Em primeiro lugar, é necessário distinguir objeto artístico de utensílio.

A arte não se pode identificar com um utensílio. A arte é gratuita, isto é, sua finalidade é quase a própria arte. A arte não deve ter finalidade, porque ela é uma finalidade em si mesma. É pois uma atividade lúdica, isto é, não tem finalidade fora de si mesma. Isto não quer dizer que a arte não sirva pra nada, mas outra coisa: foi a sociedade moderna que estabeleceu que o padrão da realidade de um determinado objeto é sua necessidade, isto é, os objetos são definidos não pelo que são, mas para o que servem. Tudo na vida social é visto com respeito a um determinado fim. Todos os produtos humanos e todas as ações humanas (o trabalho) estão assim definidos.

Entretanto há outros valores além dos que visam a um determinado fim. O visar a um determinado fim significa inserir-se no meio de produção capitalista que objetiva a satisfação de necessidades e lucro. A arte não visa um determinado fim, porque a arte expande-se no espaço da liberdade, e a liberdade é a espera de nada, ou seja, a arte não visa a nada, porque ela é em si sua própria finalidade, não a outra além dela mesma tão importante quanto ela. Isto não quer dizer que a arte não tenha outra finalidade além dela mesma (a arte pode servir, por exemplo, para educar), mas que a sua própria finalidade em si mesma já seria suficiente para justificar sua própria existência. A liberdade é a espera de nada no sentido de que vige no espaço lúdico, isto é, gratuito, que não visa nada além de si mesma.

A atividade lúdica, isto é, o jogo, é gratuito. É uma atividade que não visa a um determinado fim outro que não a própria ação. Assim como a dança não visa a outra coisa senão ao próprio movimento.

É claro que a arte (como o jogo, a dança) tem muitas finalidades práticas: serve para desenvolver o corpo e o espírito, para viver, ganhar dinheiro, ganhar fama, mudar a sociedade, desenvolver a relação entre os homens e muitos outros etcs. Mas, por melhores e mais necessárias que sejam as finalidades que poderíamos enumerar para a arte, nenhuma poderia ser melhor do que ela mesma. Ou seja: tautologicamente a arte visa a arte.

É muito antigo esse fenômeno. Já no período paleolítico, os homens pintavam, antes de saber falar. Pintavam as grutas. E não com a finalidade de enfeitar, já que muitas pinturas ficavam em lugares onde dificilmente alguém poderia ver. Por que pintavam?

A arte pode ser inteiramente gratuita, como um quadro, ou pode ser embutida num utensílio, por exemplo, um saleiro de ouro do Renascimento. Benvenuto Cellini fez um saleiro de ouro para a mesa de Francisco I com as figuras de Netuno e da Terra. Este saleiro de ouro tem pelo menos três aspectos. Em primeiro lugar é uma obra-de-arte, tem as características estéticas e formais de uma obra-de-arte renascentista. Em segundo lugar tem um certo valor material, isto é, a matéria com que foi formado tem um certo valor no mercado, a peso: o ouro. Em terceiro lugar, é um utensílio, isto é, tem um finalidade fora de si mesmo, qual seja, para portar sal á mesa. A arte, portanto, está embutida num utensílio, mas aquilo que é arte no objeto está livre daquilo que tem utilidade nele, e livre também do seu valor em ouro (poderia ter sido feito em madeira, mais barata, ou em ferro). A arte escapa, pois, do utensílio (como escapou da matéria, do metal ouro que, embora caro, não a constitui). E o aspecto artístico do saleiro continuou, desta maneira, gratuito, isto é, sem finalidade fora de si mesmo.

Gratuito, aqui, não significa não-pago. Se Celline recebeu ou não recompensa em dinheiro pelo trabalho artístico não importa, do ponto de vista estético. E mesmo do ponto de vista estético, certas obras-de-arte têm um valor inestimável, porque são irreproduzíveis. E só tem preço aquilo que se pode tornar propriedade de alguém, ou de algum museu. O problema do valor é sempre definido como valor de troca, nunca como valor artístico. Não pertence á estética o valor em dinheiro de uma obra-de-arte, mas sim de ao comércio de obras-de-arte. E saber se um artista ganha muito dinheiro com sua arte não significa que sua arte tem necessariamente grande valor artístico, mas sim que tem grande valor no mercado da arte, que nem sempre corresponde ao valor estático, mas ao valor da aceitação por parte do público. A aceitação esta que pode estar viciada pela propaganda.

A segunda distinção que devemos fazer (a primeira é entre objeto artístico e utensílio) é entre a coisa dada na natureza e o objeto criado pelo homem, ou produto. Uma pedra é um dado na natureza. Um machado de pedra é um produto, objeto feito. A cultura é o elenco dos produtos e outros feitos humanos. A coisa na natureza, pois, distingue-se do objeto do homem. E note-se que um objeto só o é para um determinado sujeito, que pensa e que o faz. A arte é, logo, um produto gratuito. Marca a passagem e o fazer da cultura, essa energia. O homem se define pelo que faz; o trabalho define o homem. O sujeito faz a realidade do objeto. Esse fazer, essa interferência vai ser chamada trabalho. Hegel percebeu que a ação do trabalho é a força motriz que impulsiona a História. È no trabalho que o homem se produz a si mesmo. O trabalho é o núcleo de onde pode ser compreendida a atividade criadora do sujeito, pois no trabalho se sente a resistência do objeto e o poder do sujeito. O trabalho permitiu ao homem conhecer-se a si mesmo, além de dominar a natureza. A compreensão do trabalho é necessária para que nós possamos compreender a literatura, como produto do trabalho humano. Pois a divisão social do trabalho criou as antigas classes sociais: através dessa divisão de classes, o trabalho passou de criador para alienador do homem.

Como o trabalho, a literatura faz uma transformação da História. A História é um processo unitário, um devir, um pôr-se, um produzir-se e reproduzir-se, implicando que o homem toma cada vez mais consciência de si mesmo como ser social.

Podemos fazer uma distinção entre labor, trabalho e ação humanos. O homem labora com o corpo. Trabalha quando produz os objetos com que cria seu mundo. E sua ação se dá entre os homens, assegura a sobrevivência; o trabalho realiza o produto; a ação e o falar faz a História. A literatura participa das três atividades.

A literatura é ação porque interfere indiretamente nas consciências, no sentido de humanizar p próprio homem. A ação de literatura atua indiretamente na consciência do leitor. A literatura é um meio convincente de ação, pois o receptor fica mais tempo diante da mensagem artística do que o receptor das outras artes, como a pintura e a música. Um romance estabeleça um alto grau de intimidade com seu leitor. O leitor demora mais tempo com ele, vive mais tempo com ele. A mensagem tem tempo para explicar-se, consolidar-se. A literatura é um discurso como o pensamento, e assim há um maior intercâmbio de formação de conceitos no texto interno do leitor.

Como elemento de cultura, a arte literária é hoje um reduto de luta que protesta contra a utilização instrumental do homem pela técnica. È um momento do espírito humano, em que o homem se redescobre como ser cultural. A literatura baseia-se na percepção da alma por si mesma e em si mesma, disse Hegel. Representa o espírito para o espírito, representando o interior e a exterioridade que sempre revela a interioridade do humano, A literatura á capaz de representar um objeto em toda a sua íntima profundidade. O espírito se objetiva para si mesmo através da fantasia da imaginação. A imaginação é pois a base geral de todas as formas artísticas, ela é a matéria sobre a qual a arte trabalha. A literatura trabalha para o desenvolvimento da intuição interior, seu objetivo é o reino do espírito humano (espírito é a interiorização da natureza). A missão da literatura, como fato cultural, é evocar a potência do espírito, tudo aquilo que nas paixões e nos sentimentos humanos nos estimula e nos comove. Estes estímulos estão a serviço da transformação da sociedade. È a emoção, a subjetividade, o principal motor de transformação social. Os estímulos artísticos estão a serviço do homem, isto é, o discurso literário, toda grande arte, é ação política.
Fonte: Manual de teoria literária, Editora Vozes, 11ª edição, páginas 7 á 11 do capítulo 1.1(capítulo escrito por Rogel Samuel, Doutor em letras e professor da UFRJ)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

B. B. King


His reign as King of the Blues has been as long as that of any monarch on earth. Yet B.B. King continues to wear his crown well. At age 76, he is still light on his feet, singing and playing the blues with relentless passion. Time has no apparent effect on B.B., other than to make him more popular, more cherished, more relevant than ever. Don't look for him in some kind of semi-retirement; look for him out on the road, playing for people, popping up in a myriad of T.V. commercials, or laying down tracks for his next album. B.B. King is as alive as the music he plays, and a grateful world can't get enough of him.
For more than half a century, Riley B. King - better known as B.B. King - has defined the blues for a worldwide audience. Since he started recording in the 1940s, he has released over fifty albums, many of them classics. He was born September 16, 1925, on a plantation in Itta Bena, Mississippi, near Indianola. In his youth, he played on street corners for dimes, and would sometimes play in as many as four towns a night. In 1947, he hitchhiked to Memphis, TN, to pursue his music career. Memphis was where every important musician of the South gravitated, and which supported a large musical community where every style of African American music could be found. B.B. stayed with his cousin Bukka White, one of the most celebrated blues performers of his time, who schooled B.B. further in the art of the blues.
B.B.'s first big break came in 1948 when he performed on Sonny Boy Williamson's radio program on KWEM out of West Memphis. This led to steady engagements at the Sixteenth Avenue Grill in West Memphis, and later to a ten-minute spot on black-staffed and managed Memphis radio station WDIA. "King's Spot," became so popular, it was expanded and became the "Sepia Swing Club." Soon B.B. needed a catchy radio name. What started out as Beale Street Blues Boy was shortened to Blues Boy King, and eventually B.B. King.
In the mid-1950s, while B.B. was performing at a dance in Twist, Arkansas, a few fans became unruly. Two men got into a fight and knocked over a kerosene stove, setting fire to the hall. B.B. raced outdoors to safety with everyone else, then realized that he left his beloved $30 acoustic guitar inside, so he rushed back inside the burning building to retrieve it, narrowly escaping death. When he later found out that the fight had been over a woman named Lucille, he decided to give the name to his guitar to remind him never to do a crazy thing like fight over a woman. Ever since, each one of B.B.'s trademark Gibson guitars has been called Lucille.
Soon after his number one hit, "Three O'Clock Blues," B.B. began touring nationally. In 1956, B.B. and his band played an astonishing 342 one-night stands. From the chitlin circuit with its small-town cafes, juke joints, and country dance halls to rock palaces, symphony concert halls, universities, resort hotels and amphitheaters, nationally and internationally, B.B. has become the most renowned blues musician of the past 40 years.
Over the years, B.B. has developed one of the world's most identifiable guitar styles. He borrowed from Blind Lemon Jefferson, T-Bone Walker and others, integrating his precise and complex vocal-like string bends and his left hand vibrato, both of which have become indispensable components of rock guitarist's vocabulary. His economy, his every-note-counts phrasing, has been a model for thousands of players, from Eric Clapton and George Harrison to Jeff Beck. B.B. has mixed traditional blues, jazz, swing, mainstream pop and jump into a unique sound. In B.B.'s words, "When I sing, I play in my mind; the minute I stop singing orally, I start to sing by playing Lucille."
In 1968, B.B. played at the Newport Folk Festival and at Bill Graham's Fillmore West on bills with the hottest contemporary rock artists of the day who idolized B.B. and helped to introduce him to a young white audience. In ``69, B.B. was chosen by the Rolling Stones to open 18 American concerts for them; Ike and Tina Turner also played on 18 shows.
B.B. was inducted into the Blues Foundation Hall of Fame in 1984 and into the Rock and Roll Hall of Fame in 1987. He received NARAS' Lifetime Achievement Grammy Award in 1987, and has received honorary doctorates from Tougaloo(MS) College in 1973; Yale University in 1977; Berklee College of Music in 1982; Rhodes College of Memphis in 1990; Mississippi Valley State University in 2002 and Brown University in 2007. In 1992, he received the National Award of Distinction from the University of Mississippi.
In 1991, B.B. King's Blues Club opened on Beale Street in Memphis, and in 1994, a second club was launched at Universal CityWalk in Los Angeles. A third club in New York City's Times Square opened in June 2000 and most recently two clubs opened at Foxwoods Casino in Connecticut in January 2002. In 1996, the CD-Rom On The Road With B.B. King: An Interactive Autobiography was released to rave reviews. Also in 1996, B.B.'s autobiography, "Blues All Around Me" (written with David Ritz for Avon Books) was published. In a similar vein, Doubleday published "The Arrival of B.B. King" by Charles Sawyer, in 1980.
B.B. continues to tour extensively, averaging over 250 concerts per year around the world. Classics such as "Payin' The Cost To Be The Boss," "The Thrill Is Gone," How Blue Can You Get," "Everyday I Have The Blues," and "Why I Sing The Blues" are concert (and fan) staples. Over the years, the Grammy Award-winner has had two #1 R&B hits, 1951's "Three O'Clock Blues," and 1952's "You Don't Know Me," and four #2 R&B hits, 1953's "Please Love Me," 1954's "You Upset Me Baby," 1960's "Sweet Sixteen, Part I," and 1966's "Don't Answer The Door, Part I." B.B.'s most popular crossover hit, 1970's "The Thrill Is Gone," went to #15 pop.



Escute B.B.King em:
http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?ad=on&ref=Musica&busca=B.%20B.%20King&param1=homebusca&q=B.%20B.%20King&check=artista&srchtyp=1

Site:

sexta-feira, 20 de junho de 2008

You Give Love A Bad Name...Bon Jovi

"Shot through the heart and you're to blame
Darling, you give love a bad name!"

(GUITAR SOLO)

An angel's smile is what you sell
You promise me heaven, then put
me through hell
Chains of love got a hold on me
When passion's a prison, you can't break free

Whoa! You're a loaded gun, yeah!
Whoa! There's nowhere to run
No one can save me
The damage is done

CHORUS:
Shot through the heart and you're to blame
You give love a bad name
I play my part and you play your game
You give love a bad name
You give love ... a bad name!

Paint your smile on your lips
Blood red nails on your fingertips
A school boy's dream, you act so shy
You very first kiss was your first kiss goodbye

Whoa! You're a loaded gun, yeah!
Whoa! There's nowhere to run
No one can save me
The damage is done

CHORUS:
(GUITAR SOLO!)
CHORUS: (2X)

You give love ... (Oh oh oh uh oh oh oh oh) ...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como nossos pais...Elis Regina

Composição: Belchior

Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pr'o sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como Os Nossos Pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como Os Nossos Pais...

Para ouvir:

http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/player/frameset.php?opcao=umamusica&nomeplaylist=000415-7_07

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Soneto da separação...Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

sábado, 10 de maio de 2008

More than words...Extreme

Mais que palavras

Dizer eu te amo
Não são apenas as palavras
Que quero ouvir de você
Não é que eu não queira
Que você diga
Mas se você apenas soubesse...

Como seria fácil
Mostrar-me como você se sente
Mais que Palavras
É tudo o que você tem que fazer
Para tornar isso real
Daí você não precisaria dizer
Que você me ama
Porque eu já saberia

O que você faria
Se meu coração se partisse em dois?
Mais que Palavras
Para mostrar o que você sente
Que o seu amor por mim é real
O que você diria
Se eu jogasse aquelas palavras fora?
Daí você não poderia
Fazer coisas novas,
Apenas dizendo "EU TE AMO"

Mais que palavras
Mais que palavras

Agora que tentei
Falar com você
E fazer você entender
Tudo o que você tem que fazer
É fechar seus olhos
E só estender suas mãos
E me tocar
Me abraçar apertado
Não me deixa nunca ir embora
Mais que Palavras
É tudo o que eu sempre
Precisei que você mostrasse
Daí você não precisaria dizer
Que me ama
Porque eu já saberia!

Original(inglês): http://letras.terra.com.br/extreme/3417/

Para ouvir: http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/player.php?tk=SBwLfjyOQF.JrmucYy8y9oVsGVyjDZyNv8YGmNByYf5rY4_qsYyDPnk&opcao=umamusica&nomeplaylist=007226-6_08

Soneto na morte de José Arthur da Frota Moreira...Vinícius de Morais

Cantamos ao nascer o mesmo canto
De alegria, de súplica e de horror
E a mulher nos surgiu no mesmo encanto
Na mesma dúvida e na mesma dor.

Criamos toda a sedução, e tanto
Que de nós seduzido, o sedutor
Morreu nas mesmas lágrimas de amor
Ao milagre maior do amor em pranto.

Fui um pouco teu cão e teu mendigo
E tu, como eu, mendigo de outro pão
Sempre guardaste o pão do teu amigo

Meu misterioso irmão, sigo contigo
Há tanto, tanto tempo, mão na mão...
Ouve como chora o coração.

sábado, 3 de maio de 2008

Caso do vestido...Carlos Drummond de Andrade

Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?

Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.

Passou quando, nossa mãe?
Era nossa conhecida?

Minhas filhas, boca presa.
Vosso pai evém chegando.

Nossa mãe, dizei depressa
que vestido é esse vestido.

Minhas filhas, mas o corpo
ficou frio e não o veste.

O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado.

Nossa mãe, esse vestido
tanta renda, esse segredo!

Minhas filhas, escutai
palavras de minha boca.

Era uma dona de longe,
vosso pai enamorou-se.

E ficou tão transtornado,
se perdeu tanto de nós,

se afastou de toda vida,
se fechou, se devorou,

chorou no prato de carne,
bebeu, brigou, me bateu,

me deixou com vosso berço,
foi para a dona de longe,

mas a dona não ligou.
Em vão o pai implorou.

Dava apólice, fazenda,
dava carro, dava ouro,

beberia seu sobejo,
lamberia seu sapato.

Mas a dona nem ligou.
Então vosso pai, irado,

me pediu que lhe pedisse,
a essa dona tão perversa,

que tivesse paciência
e fosse dormir com ele...

Nossa mãe, por que chorais?
Nosso lenço vos cedemos.

Minhas filhas, vosso pai
chega ao pátio. Disfarcemos.

Nossa mãe, não escutamos
pisar de pé no degrau.

Minhas filhas, procurei
aquela mulher do demo.

E lhe roguei que aplacasse
de meu marido a vontade.

Eu não amo teu marido,
me falou ela se rindo.

Mas posso ficar com ele
se a senhora fizer gosto,

só pra lhe satisfazer,
não por mim, não quero homem.

Olhei para vosso pai,
os olhos dele pediam.

Olhei para a dona ruim,
os olhos dela gozavam.

O seu vestido de renda,
de colo mui devassado,

mais mostrava que escondia
as partes da pecadora.

Eu fiz meu pelo-sinal,
me curvei... disse que sim.

Sai pensando na morte,
mas a morte não chegava.

Andei pelas cinco ruas,
passei ponte, passei rio,

visitei vossos parentes,
não comia, não falava,

tive uma febre terçã,
mas a morte não chegava.

Fiquei fora de perigo,
fiquei de cabeça branca,

perdi meus dentes, meus olhos,
costurei, lavei, fiz doce,

minhas mãos se escalavraram,
meus anéis se dispersaram,

minha corrente de ouro
pagou conta de farmácia.

Vosso pais sumiu no mundo.
O mundo é grande e pequeno.

Um dia a dona soberba
me aparece já sem nada,

pobre, desfeita, mofina,
com sua trouxa na mão.

Dona, me disse baixinho,
não te dou vosso marido,

que não sei onde ele anda.
Mas te dou este vestido,

última peça de luxo
que guardei como lembrança

daquele dia de cobra,
da maior humilhação.

Eu não tinha amor por ele,
ao depois amor pegou.

Mas então ele enjoado
confessou que só gostava

de mim como eu era dantes.
Me joguei a suas plantas,

fiz toda sorte de dengo,
no chão rocei minha cara,

me puxei pelos cabelos,
me lancei na correnteza,

me cortei de canivete,
me atirei no sumidouro,

bebi fel e gasolina,
rezei duzentas novenas,

dona, de nada valeu:
vosso marido sumiu.

Aqui trago minha roupa
que recorda meu malfeito

de ofender dona casada
pisando no seu orgulho.

Recebei esse vestido
e me dai vosso perdão.

Olhei para a cara dela,
quede os olhos cintilantes?

quede graça de sorriso,
quede colo de camélia?

quede aquela cinturinha
delgada como jeitosa?

quede pezinhos calçados
com sandálias de cetim?

Olhei muito para ela,
boca não disse palavra.

Peguei o vestido, pus
nesse prego da parede.

Ela se foi de mansinho
e já na ponta da estrada

vosso pai aparecia.
Olhou pra mim em silêncio,

mal reparou no vestido
e disse apenas: — Mulher,

põe mais um prato na mesa.
Eu fiz, ele se assentou,

comeu, limpou o suor,
era sempre o mesmo homem,

comia meio de lado
e nem estava mais velho.

O barulho da comida
na boca, me acalentava,

me dava uma grande paz,
um sentimento esquisito

de que tudo foi um sonho,
vestido não há... nem nada.

Minhas filhas, eis que ouço
vosso pai subindo a escada.


Fonte: "Nova Reunião - 19 Livros de Poesia", José Olympio Editora - 1985, pág. 157.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Maurits Cornelis Escher



Maurits Cornelis Escher ou M. C. Escher (Leeuwarden, 17 de Junho de 1898 - Hilversum, 27 de Março de 1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.


Biografia
Escher era o filho mais novo do
engenheiro civil chamado George Arnold Escher e de sua segunda esposa Sarah Gleichman. Em 1903, a família muda-se para Arnhem, Países Baixos, onde Escher pratica lições de carpintaria e piano até os treze anos.
Ele freqüentava a Escola de Arquitetura e Artes Decorativas, onde começou a estudar
arquitetura e, mais tarde, artes decorativas. Em 1922 deixou a escola para se juntar a Samuel Jessurun de Mesquita, que o iniciava nas técnicas da gravura, se dedicando ao desenho, litografia e xilogravura.

Obra
Uma das principais contribuições da obra deste
artista está em sua capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões de óptica, com notável qualidade técnica e estética, tudo isto, respeitando as regras geométricas do desenho e da perspectiva.
Foi numa visita à
Alhambra, na Espanha, que o artista conheceu e se encantou pelos mosaicos que haviam nas mesquitas do lugar, herança das invasões árabes do passado. Escher achou muito interessante as formas como cada figura se entrelaçava a outra e se repetia, formando belos padrões geométricos. Este foi o ponto de partida para os seus trabalhos mais impressionantes e famosos, que consistiam no preenchimento regular do plano, normalmente utilizando imagens figurativas e não geométricas, como os árabes faziam por causa da sua religião muçulmana, que proíbe tais representações.
A partir de uma malha de
polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional.
Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos.



Obras no youtube:

http://youtube.com/watch?v=mKso-NnKAOA

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Canção Excêntrica...Clarice Lispector

Ando à procura de espaço
Para o desenho da vida.
Em números me embaraço
E perco sempre a medida.
Se penso encontrar a saída,
Em vez de abrir um compasso,
Projeto-me num abraço
E gero uma despedida.

Se volto sobre o meu passo,

É já distância perdida.

Meu coração,

coisa de aço,
Começa a achar um cansaço
Esta procura de espaço
Para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
Não me animo a um breve traço:
- Saudosa do que não faço.
- Do que faço, arrependida.

sábado, 29 de março de 2008

José...Carlos Drummond

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio
,o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, 17 de março de 2008

O caminho e primazia do ser...Augusto Matheus

A vida é o caminho do ser, e é verdade que o valor exclusivo é toda a concepção da realidade, constitui o ser próprio/especial, de modo que se torna a única certeza.
O ser humano em toda sua história se perdeu pelo fato de associar valores á coisas que não os contém. As propriedades materiais são indeterminadas e não se relacionam com o ser para promover crescimento.
No caminho do ser a primazia inegável é a busca do seu propósito/motivo de existência; eis aí a sabedoria da vida. Para obter noção desalienada, desmistificada da realidade e compreender a verdade se faz nescessário o recurso fundamental, maior poder do ser: pensar.

Pensar ser relaciona em analizar tudo, bem como os pensamentos alheios afim de fazer proveito de suas verdades; isto é caminho para esta busca, sabedoria da vida.

domingo, 2 de março de 2008

O mundo é mágico...Baixar livro


As aventuras de Calvin e Haroldo por Bill Watterson é um livro que leva o leitor a conhecer um mundo fascinante, e na simplicidade das coisas a profundidade da reflexão e do espírito crítico.



Baixar:



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sonho impossível...Maria Bethânia


Composição: J.Darion / M.Leigh / Ruy Guerra
Sonhar mais um sonho impossível

Lutar quando é fácil ceder

Vencer o inimigo invencível

Negar quando a regra é vender


Sofrer a tortura implacável

Romper a incabível prisão

Voar num limite provável

Tocar o inacessível chão


É minha lei, é minha questão

Virar este mundo, cravar este chão

Não me importa saber

Se é terrível demais

Quantas guerras terei que vencer

Por um pouco de paz


E amanhã este chão que eu deixei

Por meu leito e perdão

Por saber que valeu

Delirar e morrer de paixão

E assim, seja lá como for

Vai ter fim a infinita aflição

E o mundo vai ver uma flor

Brotar do impossível chão
Escute:(Do CD "Chico Buarque e Maria Bethânia Ao Vivo")

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Adormecida...Castro Alves




Uma noite,eu me lembro...

Ela dormia

Numa rede escostada molemente...

Quase aberto o roupão...solto o cabelo

E o pé descalço do tapete rente.


Estava aberta a janela.

Um cheiro agreste

Exalava as silvas da campina...

E ao longe, num pedaço do horizonte,

Via-se a noite plácida e divina.


De um jasmineiro os galhos encurvados,

Indiscretos entravam pela sala,

E de leve oscilavam ao tom das auras,

Iam na face trêmulos- beijá-la.


Era um quadro celeste!...

A cada afago

Mesmo em sonhos a moça estremecia...

Quando ela serenava... a flor beijava-a...

Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...


Dir-se-ia que naquele doce instante

Brincavam duas cândidas crianças...

A brisa, que agitava as folhas verdes,

Fazia-lhe ondear as negras tranças!


E o ramo ora chegava ora afastava-se...

Mas quando a via despeitada a meio,

Para não zangá-la... sacudia alegre

Uma chuva de pétalas no seio...


Eu, fitando esta cena, repetia

Naquela noite lânguida e sentida:

" Ó flor!... tu és a virgem das campinas!"

"Virgem!...tu és a flor da minha vida!..."


S.Paulo, novembro de 1868

Abertura 2008...Augusto Matheus

No ano de 2007 dentre meus aprendizados tive a visão de “mover montanhas”, pelo mais poderoso meio de comunicação do mundo: a internet. A arte como revelação do belo é muito eficiente quando se trata de transformar a consciência das pessoas e num contexto ainda maior a do mundo.

Minha primeira mensagem é que a partir de você nossa sociedade possa evoluir em todos os termos. Como fazer isto? Na forma de viver; somente como uma pessoa vive é que acontecem as coisas, é impossível fazer uma coisa e ser outra. Para que nossa sociedade evolua é necessário que as pessoas em si evoluam, cresçam.

Amor é a sabedoria da vida, é o meio por onde as pessoas crescem e vivem na harmonia fundamental, natural do homem.

Que você possa acompanhar os textos, músicas, poesias, pensamentos e outros publicados neste blog. Ele é dedicado á humanidade, a todos que tem a visão de “mover montanhas”.