quinta-feira, 26 de março de 2009

Òpera dos mortos...Autran Dourado

Autran Dourado nasceu em Patos, em Minas Gerais, em 1926. Viveu e foi educado em outra pequena cidade, Monte Santo, no mesmo Estado. Formou-se em Direito em Belo Horizonte, onde morou até 1954. Vem publicando contos, romances e ensaios desde 1947. Com livros traduzidos para várias línguas, o seu Os Sinos da Agonia foi adotado nos exames de agrégation das universidades francesas. Mais de vinte teses de mestrado e doutorado foram escritas sobre a sua obra. Já recebeu oito prêmios no Brasil e um na Alemanha, o prêmio Goethe de literatura. O seu romance Ópera dos mortos foi escolhido pela UNESCO para integrar a sua Coleção de Obras Representativas.
Em ÓPERA DOS MORTOS, um dos seus livros mais densos e perfeitos, Autran Dourado, ao construir o sobrado da família Honório Costa, faz o retrato vigoroso de seus membros: Lucas Procópio, João Capistrano, Rosaiina. E não só uma família, é toda uma cidade como nos é mostrada através de suas grandezas e misérias, de sua tentativade purgar uma culpa antiga e profunda, que nos aparece como fundo de um drama que só a vigorosa mão de um mestre como o Autor de A BARCADOS HOMENS, O RISCO DO BORDADO e OS SINOS DA AGONIA seria capaz de compor.É uma ópera barroca, uma ópera do Brasil arcaico, como já disseram deste livro, que através de edições seguidas vem comovendo os leitores e críticos brasileiros que o consideram uma obra-prima do moderno romance brasileiro.
Textos retitados da 12.ª e 6ª edição do livro.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sempre…Chico Buarque

Sempre
Eu te contemplava sempre
Feito um gato aos pés da dona
Mesmo em sonho estive atento
Para poder lembrar-te sempre
Como olhando o firmamento
Vejo estrelas que já foram
Noite afora para sempre


O teu corpo em movimento
Os teus lábios em flagrante
O teu riso,o teu silêncio
Serão meus ainda e sempre


Dura a vida alguns instantes
Porém mais do que bastantes
Quando cada instante é sempre

domingo, 1 de março de 2009

Retrato...Jeovânia P.

Nada
Nada há ser dito,
Nada há se ser,
Só há
Um vazio de mote,
Um vazio de morte
Caindo
Na escuridão desabor do nada
Nem preso nem solto nem suspenso,
Submerso na dor
Fica um princípio destorcido de homem
Sem saber direito o que é,
O que seria
Ou o que um dia,
Se dia houver,
Há de ser.
Nada
Nem um pontinho perdido,
Nada
_Esse
É meu retrato
Enquanto ando de braços dados com o desamor
Embebido pelos gritos do desabor.

Jeovânia P.01/03/2009.