segunda-feira, 30 de junho de 2008

A morte...Cruz e Sousa

Oh! Que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem...
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!

Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem...
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.

Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Como os velhos corações tantalizados.

Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando.

Arte e cultura...Rogel Samuel



A literatura faz parte do produto geral do trabalho humano, isto é, da cultura. A cultura de um povo são suas realizações, em diversos sentidos, como as ciências e as artes. É um conjunto socialmente herdado, que de certo modo determina a vida dos indivíduos.

Para compreender a literatura (e a arte em geral) do ponto de vista cultural, há de fazer-se certas distinções e algumas observações.

Em primeiro lugar, é necessário distinguir objeto artístico de utensílio.

A arte não se pode identificar com um utensílio. A arte é gratuita, isto é, sua finalidade é quase a própria arte. A arte não deve ter finalidade, porque ela é uma finalidade em si mesma. É pois uma atividade lúdica, isto é, não tem finalidade fora de si mesma. Isto não quer dizer que a arte não sirva pra nada, mas outra coisa: foi a sociedade moderna que estabeleceu que o padrão da realidade de um determinado objeto é sua necessidade, isto é, os objetos são definidos não pelo que são, mas para o que servem. Tudo na vida social é visto com respeito a um determinado fim. Todos os produtos humanos e todas as ações humanas (o trabalho) estão assim definidos.

Entretanto há outros valores além dos que visam a um determinado fim. O visar a um determinado fim significa inserir-se no meio de produção capitalista que objetiva a satisfação de necessidades e lucro. A arte não visa um determinado fim, porque a arte expande-se no espaço da liberdade, e a liberdade é a espera de nada, ou seja, a arte não visa a nada, porque ela é em si sua própria finalidade, não a outra além dela mesma tão importante quanto ela. Isto não quer dizer que a arte não tenha outra finalidade além dela mesma (a arte pode servir, por exemplo, para educar), mas que a sua própria finalidade em si mesma já seria suficiente para justificar sua própria existência. A liberdade é a espera de nada no sentido de que vige no espaço lúdico, isto é, gratuito, que não visa nada além de si mesma.

A atividade lúdica, isto é, o jogo, é gratuito. É uma atividade que não visa a um determinado fim outro que não a própria ação. Assim como a dança não visa a outra coisa senão ao próprio movimento.

É claro que a arte (como o jogo, a dança) tem muitas finalidades práticas: serve para desenvolver o corpo e o espírito, para viver, ganhar dinheiro, ganhar fama, mudar a sociedade, desenvolver a relação entre os homens e muitos outros etcs. Mas, por melhores e mais necessárias que sejam as finalidades que poderíamos enumerar para a arte, nenhuma poderia ser melhor do que ela mesma. Ou seja: tautologicamente a arte visa a arte.

É muito antigo esse fenômeno. Já no período paleolítico, os homens pintavam, antes de saber falar. Pintavam as grutas. E não com a finalidade de enfeitar, já que muitas pinturas ficavam em lugares onde dificilmente alguém poderia ver. Por que pintavam?

A arte pode ser inteiramente gratuita, como um quadro, ou pode ser embutida num utensílio, por exemplo, um saleiro de ouro do Renascimento. Benvenuto Cellini fez um saleiro de ouro para a mesa de Francisco I com as figuras de Netuno e da Terra. Este saleiro de ouro tem pelo menos três aspectos. Em primeiro lugar é uma obra-de-arte, tem as características estéticas e formais de uma obra-de-arte renascentista. Em segundo lugar tem um certo valor material, isto é, a matéria com que foi formado tem um certo valor no mercado, a peso: o ouro. Em terceiro lugar, é um utensílio, isto é, tem um finalidade fora de si mesmo, qual seja, para portar sal á mesa. A arte, portanto, está embutida num utensílio, mas aquilo que é arte no objeto está livre daquilo que tem utilidade nele, e livre também do seu valor em ouro (poderia ter sido feito em madeira, mais barata, ou em ferro). A arte escapa, pois, do utensílio (como escapou da matéria, do metal ouro que, embora caro, não a constitui). E o aspecto artístico do saleiro continuou, desta maneira, gratuito, isto é, sem finalidade fora de si mesmo.

Gratuito, aqui, não significa não-pago. Se Celline recebeu ou não recompensa em dinheiro pelo trabalho artístico não importa, do ponto de vista estético. E mesmo do ponto de vista estético, certas obras-de-arte têm um valor inestimável, porque são irreproduzíveis. E só tem preço aquilo que se pode tornar propriedade de alguém, ou de algum museu. O problema do valor é sempre definido como valor de troca, nunca como valor artístico. Não pertence á estética o valor em dinheiro de uma obra-de-arte, mas sim de ao comércio de obras-de-arte. E saber se um artista ganha muito dinheiro com sua arte não significa que sua arte tem necessariamente grande valor artístico, mas sim que tem grande valor no mercado da arte, que nem sempre corresponde ao valor estático, mas ao valor da aceitação por parte do público. A aceitação esta que pode estar viciada pela propaganda.

A segunda distinção que devemos fazer (a primeira é entre objeto artístico e utensílio) é entre a coisa dada na natureza e o objeto criado pelo homem, ou produto. Uma pedra é um dado na natureza. Um machado de pedra é um produto, objeto feito. A cultura é o elenco dos produtos e outros feitos humanos. A coisa na natureza, pois, distingue-se do objeto do homem. E note-se que um objeto só o é para um determinado sujeito, que pensa e que o faz. A arte é, logo, um produto gratuito. Marca a passagem e o fazer da cultura, essa energia. O homem se define pelo que faz; o trabalho define o homem. O sujeito faz a realidade do objeto. Esse fazer, essa interferência vai ser chamada trabalho. Hegel percebeu que a ação do trabalho é a força motriz que impulsiona a História. È no trabalho que o homem se produz a si mesmo. O trabalho é o núcleo de onde pode ser compreendida a atividade criadora do sujeito, pois no trabalho se sente a resistência do objeto e o poder do sujeito. O trabalho permitiu ao homem conhecer-se a si mesmo, além de dominar a natureza. A compreensão do trabalho é necessária para que nós possamos compreender a literatura, como produto do trabalho humano. Pois a divisão social do trabalho criou as antigas classes sociais: através dessa divisão de classes, o trabalho passou de criador para alienador do homem.

Como o trabalho, a literatura faz uma transformação da História. A História é um processo unitário, um devir, um pôr-se, um produzir-se e reproduzir-se, implicando que o homem toma cada vez mais consciência de si mesmo como ser social.

Podemos fazer uma distinção entre labor, trabalho e ação humanos. O homem labora com o corpo. Trabalha quando produz os objetos com que cria seu mundo. E sua ação se dá entre os homens, assegura a sobrevivência; o trabalho realiza o produto; a ação e o falar faz a História. A literatura participa das três atividades.

A literatura é ação porque interfere indiretamente nas consciências, no sentido de humanizar p próprio homem. A ação de literatura atua indiretamente na consciência do leitor. A literatura é um meio convincente de ação, pois o receptor fica mais tempo diante da mensagem artística do que o receptor das outras artes, como a pintura e a música. Um romance estabeleça um alto grau de intimidade com seu leitor. O leitor demora mais tempo com ele, vive mais tempo com ele. A mensagem tem tempo para explicar-se, consolidar-se. A literatura é um discurso como o pensamento, e assim há um maior intercâmbio de formação de conceitos no texto interno do leitor.

Como elemento de cultura, a arte literária é hoje um reduto de luta que protesta contra a utilização instrumental do homem pela técnica. È um momento do espírito humano, em que o homem se redescobre como ser cultural. A literatura baseia-se na percepção da alma por si mesma e em si mesma, disse Hegel. Representa o espírito para o espírito, representando o interior e a exterioridade que sempre revela a interioridade do humano, A literatura á capaz de representar um objeto em toda a sua íntima profundidade. O espírito se objetiva para si mesmo através da fantasia da imaginação. A imaginação é pois a base geral de todas as formas artísticas, ela é a matéria sobre a qual a arte trabalha. A literatura trabalha para o desenvolvimento da intuição interior, seu objetivo é o reino do espírito humano (espírito é a interiorização da natureza). A missão da literatura, como fato cultural, é evocar a potência do espírito, tudo aquilo que nas paixões e nos sentimentos humanos nos estimula e nos comove. Estes estímulos estão a serviço da transformação da sociedade. È a emoção, a subjetividade, o principal motor de transformação social. Os estímulos artísticos estão a serviço do homem, isto é, o discurso literário, toda grande arte, é ação política.
Fonte: Manual de teoria literária, Editora Vozes, 11ª edição, páginas 7 á 11 do capítulo 1.1(capítulo escrito por Rogel Samuel, Doutor em letras e professor da UFRJ)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

B. B. King


His reign as King of the Blues has been as long as that of any monarch on earth. Yet B.B. King continues to wear his crown well. At age 76, he is still light on his feet, singing and playing the blues with relentless passion. Time has no apparent effect on B.B., other than to make him more popular, more cherished, more relevant than ever. Don't look for him in some kind of semi-retirement; look for him out on the road, playing for people, popping up in a myriad of T.V. commercials, or laying down tracks for his next album. B.B. King is as alive as the music he plays, and a grateful world can't get enough of him.
For more than half a century, Riley B. King - better known as B.B. King - has defined the blues for a worldwide audience. Since he started recording in the 1940s, he has released over fifty albums, many of them classics. He was born September 16, 1925, on a plantation in Itta Bena, Mississippi, near Indianola. In his youth, he played on street corners for dimes, and would sometimes play in as many as four towns a night. In 1947, he hitchhiked to Memphis, TN, to pursue his music career. Memphis was where every important musician of the South gravitated, and which supported a large musical community where every style of African American music could be found. B.B. stayed with his cousin Bukka White, one of the most celebrated blues performers of his time, who schooled B.B. further in the art of the blues.
B.B.'s first big break came in 1948 when he performed on Sonny Boy Williamson's radio program on KWEM out of West Memphis. This led to steady engagements at the Sixteenth Avenue Grill in West Memphis, and later to a ten-minute spot on black-staffed and managed Memphis radio station WDIA. "King's Spot," became so popular, it was expanded and became the "Sepia Swing Club." Soon B.B. needed a catchy radio name. What started out as Beale Street Blues Boy was shortened to Blues Boy King, and eventually B.B. King.
In the mid-1950s, while B.B. was performing at a dance in Twist, Arkansas, a few fans became unruly. Two men got into a fight and knocked over a kerosene stove, setting fire to the hall. B.B. raced outdoors to safety with everyone else, then realized that he left his beloved $30 acoustic guitar inside, so he rushed back inside the burning building to retrieve it, narrowly escaping death. When he later found out that the fight had been over a woman named Lucille, he decided to give the name to his guitar to remind him never to do a crazy thing like fight over a woman. Ever since, each one of B.B.'s trademark Gibson guitars has been called Lucille.
Soon after his number one hit, "Three O'Clock Blues," B.B. began touring nationally. In 1956, B.B. and his band played an astonishing 342 one-night stands. From the chitlin circuit with its small-town cafes, juke joints, and country dance halls to rock palaces, symphony concert halls, universities, resort hotels and amphitheaters, nationally and internationally, B.B. has become the most renowned blues musician of the past 40 years.
Over the years, B.B. has developed one of the world's most identifiable guitar styles. He borrowed from Blind Lemon Jefferson, T-Bone Walker and others, integrating his precise and complex vocal-like string bends and his left hand vibrato, both of which have become indispensable components of rock guitarist's vocabulary. His economy, his every-note-counts phrasing, has been a model for thousands of players, from Eric Clapton and George Harrison to Jeff Beck. B.B. has mixed traditional blues, jazz, swing, mainstream pop and jump into a unique sound. In B.B.'s words, "When I sing, I play in my mind; the minute I stop singing orally, I start to sing by playing Lucille."
In 1968, B.B. played at the Newport Folk Festival and at Bill Graham's Fillmore West on bills with the hottest contemporary rock artists of the day who idolized B.B. and helped to introduce him to a young white audience. In ``69, B.B. was chosen by the Rolling Stones to open 18 American concerts for them; Ike and Tina Turner also played on 18 shows.
B.B. was inducted into the Blues Foundation Hall of Fame in 1984 and into the Rock and Roll Hall of Fame in 1987. He received NARAS' Lifetime Achievement Grammy Award in 1987, and has received honorary doctorates from Tougaloo(MS) College in 1973; Yale University in 1977; Berklee College of Music in 1982; Rhodes College of Memphis in 1990; Mississippi Valley State University in 2002 and Brown University in 2007. In 1992, he received the National Award of Distinction from the University of Mississippi.
In 1991, B.B. King's Blues Club opened on Beale Street in Memphis, and in 1994, a second club was launched at Universal CityWalk in Los Angeles. A third club in New York City's Times Square opened in June 2000 and most recently two clubs opened at Foxwoods Casino in Connecticut in January 2002. In 1996, the CD-Rom On The Road With B.B. King: An Interactive Autobiography was released to rave reviews. Also in 1996, B.B.'s autobiography, "Blues All Around Me" (written with David Ritz for Avon Books) was published. In a similar vein, Doubleday published "The Arrival of B.B. King" by Charles Sawyer, in 1980.
B.B. continues to tour extensively, averaging over 250 concerts per year around the world. Classics such as "Payin' The Cost To Be The Boss," "The Thrill Is Gone," How Blue Can You Get," "Everyday I Have The Blues," and "Why I Sing The Blues" are concert (and fan) staples. Over the years, the Grammy Award-winner has had two #1 R&B hits, 1951's "Three O'Clock Blues," and 1952's "You Don't Know Me," and four #2 R&B hits, 1953's "Please Love Me," 1954's "You Upset Me Baby," 1960's "Sweet Sixteen, Part I," and 1966's "Don't Answer The Door, Part I." B.B.'s most popular crossover hit, 1970's "The Thrill Is Gone," went to #15 pop.



Escute B.B.King em:
http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?ad=on&ref=Musica&busca=B.%20B.%20King&param1=homebusca&q=B.%20B.%20King&check=artista&srchtyp=1

Site:

sexta-feira, 20 de junho de 2008

You Give Love A Bad Name...Bon Jovi

"Shot through the heart and you're to blame
Darling, you give love a bad name!"

(GUITAR SOLO)

An angel's smile is what you sell
You promise me heaven, then put
me through hell
Chains of love got a hold on me
When passion's a prison, you can't break free

Whoa! You're a loaded gun, yeah!
Whoa! There's nowhere to run
No one can save me
The damage is done

CHORUS:
Shot through the heart and you're to blame
You give love a bad name
I play my part and you play your game
You give love a bad name
You give love ... a bad name!

Paint your smile on your lips
Blood red nails on your fingertips
A school boy's dream, you act so shy
You very first kiss was your first kiss goodbye

Whoa! You're a loaded gun, yeah!
Whoa! There's nowhere to run
No one can save me
The damage is done

CHORUS:
(GUITAR SOLO!)
CHORUS: (2X)

You give love ... (Oh oh oh uh oh oh oh oh) ...