quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Cálice...Chico Buarque





(refrão)


Pai, afasta de mim esse cálice


Pai, afasta de mim esse cálice Pai, afasta de mim esse cálice


De vinho tinto de sangue


Como beber dessa bebida amarga


Tragar a dor, engolir a labuta


Mesmo calada a boca, resta o peito


Silêncio na cidade não se escuta


De que me vale ser filho da santa


Melhor seria ser filho da outra


Outra realidade menos morta


Tanta mentira, tanta força bruta


(refrão)


Como é difícil acordar calado


Se na calada da noite eu me dano


Quero lançar um grito desumano


Que é uma maneira de ser escutado


Esse silêncio todo me atordoa


Atordoado eu permaneço atento


Na arquibancada pra a qualquer momento


Ver emergir o monstro da lagoa


(refrão)


De muito gorda a porca já não anda


De muito usada a faca já não corta


Como é difícil, pai, abrir a porta


Essa palavra presa na gargantaEsse pileque homérico no mundo


De que adianta ter boa vontade


Mesmo calado o peito, resta a cuca


Dos bêbados do centro da cidade


(refrão)


Talvez o mundo não seja pequeno


Nem seja a vida um fato consumado


Quero inventar o meu próprio pecado


Quero morrer do meu próprio veneno


Quero perder de vez tua cabeça


Minha cabeça perder teu juízo


Quero cheirar fumaça de óleo diesel


Me embriagar até que alguem me esqueça


>>>A cifra dessa música está disponibilizada no link:


http://cifraclub.terra.com.br/cifras/chico-buarque/calice-sjjh.html


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http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?busca=chico+buarque&param1=homebusca&check=artista


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